Quando um radioamador quer passar para o outro a sua posição, seja para calcular a distância, seja para melhor apontar sua antena direcional, ou ainda para poder pontuar corretamente em alguns concursos, usar as coordenadas geodésicas pode acarretar interpretações erradas, ou mesmo (no caso do CW) obrigar a manipular uma “looooonga” seqüência numérica.
Como resolver isso?
Ciente disso, nos anos 70 o radioamador John Morris (G4ANB) desenvolveu um sistema de coordenadas que em 1980 foi adaptado por um grupo de VHF de Londres, chamado MAINHEAD LOCATOR SYSTEM. Pouco depois este sistema foi adotado em todo o mundo e hoje é mais conhecido por GRID LOCATOR ou GRID SQUARE.
O sucesso do sistema é devido à simplicidade do mesmo, que indica a latitude e longitude de qualquer ponto usando uma pequena seqüencia de caracteres, cujo tamanho varia de acordo com a precisão que eu desejo obter.
Para obter o GRID LOCATOR de um ponto vamos inicialmente pegar um “mapa mundi” e dividi-lo em 18 campos na horizontal (cada um “medindo” 20º - longitude) e 18 campos na vertical (“medindo 10º cada um - latitude) em um total de 324 campos. E vamos colocar sua origem na posição correspondente a 90° de latitude sul e 180° de longitude oeste. Agora vamos nomear cada campo com uma letra, de A até R, tanto na vertical (de baixo para cima) quanto na horizontal (da esquerda para a direita). Se escolhermos um determinado ponto na terra (por exemplo, um ponto na cidade de Joinville - Santa Catarina - Brasil) podemos dizer então que este ponto está dentro do “CAMPO” GG (Importante: a primeira referência é a LONGITUDE e a segunda é a LATITUDE). Mas a área ainda é muito grande e pode não definir bem onde está a estação.
Vamos então pegar este campo e quadriculá-lo a cada 1° de latitude e 2° de longitude, e nomeá-los com os números de 0 a 9. Vamos descobrir que nosso ponto pode ser referenciado como GG53.
Apesar de esta apresentação ser adequada para comunicações em HF, para o VHF a precisão era muito baixa. Por isso, originalmente, cada “square” foi novamente dividido em 24 “sub-square”, tanto na vertical, quanto na horizontal, e foram nomeados de A até X. Agora nosso ponto pode ser referenciado como GG53PR.
Para possibilitar uma precisão ainda maior (muito usado em UHF e freqüências mais altas) cada “subsquare” pode ser dividido em 10 “extended square” (horizontal e vertical) e recebem as designações de 0 a 9. Assim, podemos localizar nosso ponto hipotético em GG53PR53.
Apesar de ser possível usar mais e mais subdivisões, aplicando sempre as mesmas regras das divisões anteriores, e assim possibilitar precisões cada vez maiores, isto não é muito comum. Normalmente os radioamadores usam apenas as 3 primeiras divisões (GG53PR - no exemplo anterior) em nossos comunicados. Imaginemos em CW, ao invés de manipular estes 6 (seis caracteres), para indicar a mesma posição, se usado o sistema geodésico tradicional, usaríamos S26G15M38S-W048G42M30S (21 caracteres).
É importante lembrar que em cada par a primeira referência é a LONGITUDE e a segunda diz respeito à LATITUDE.
Para facilitar a identificação do GRID LOCATOR e converter para coordenadas geodésicas e vice-versa, podemos usar a “calculadora” disponível no seguinte link: http://www.satfm.org/ferramentas/gridlocator.htm.
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